O Curso de Acesso Afirmativo da Escola da Magistratura da AJURIS foi reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como uma das melhores práticas nacionais para promover a equidade racial no Poder Judiciário. O programa, que está finalizando as aulas da sua primeira edição em 2024, foi agraciado com o segundo lugar na categoria Boas Práticas no Prêmio Equidade Racial do Poder Judiciário. Os vencedores foram divulgados na terça-feira (5/11) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ, Luís Barroso, durante seminário que discutiu a questão.
“Estamos felizes com o reconhecimento. Um dos propósitos históricos de nossa Escola é o pioneirismo, então fomos mais uma vez protagonistas ao criarmos um programa para nos alinharmos a essa discussão identitária que é tão necessária aos dias de hoje”, celebrou a diretora da Escola, Clarissa Costa de Lima.
Na modalidade Boas Práticas, o CNJ premiou dez projetos. O programa Equidade Racial do Poder Judiciário, do Tribunal de Justiça de Rondônia, conquistou o primeiro lugar, com a Escola da AJURIS em segundo. Em terceiro lugar, venceu a iniciativa Narrativas e Escutatórias do Caminhar das Mulheres Negras, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).
O programa da Escola da AJURIS é coordenado pelas juízas Flávia Marciano Monteiro e Patricia Laydner. Trata-se de uma inovação no Judiciário, proporcionando preparação completa e gratuita para candidatas e candidatos negros e indígenas em concursos da magistratura. Utilizando uma plataforma de EAD, o curso engloba ensino jurídico, suporte emocional e mentorias com juízas e juízes, visando não apenas preparar academicamente, mas também fortalecer candidatas e candidatos frente às adversidades do processo seletivo. O objetivo principal é contribuir para o acesso democratizado ao Sistema de Justiça, que deve ser plural, refletindo a sociedade. Em sua primeira turma, o curso teve 20 alunos.
O prêmio foi recebido no CNJ pela juíza-coordenadora Flávia Marciano, com a participação da 3ª vice-presidente do Tribunal de Justiça do RS, Lusmary Fátima Turelly da Silva. “Precisamos ter gratidão a quem acreditou no projeto desde o início. Foi uma inspiração a partir da participação dos ministros Luís Roberto Barroso e Herman Benjamin no Congresso da AJURIS, no ano passado, com os relatos da importância das políticas afirmativas no Judiciário. Ali nasceu uma conversa com a Patricia, onde juntamos sonhos e expectativas de cada uma. Para mim era importante ver o projeto acontecendo não por vaidade pessoal, mas porque pelo reconhecimento é possível que esse projeto ganhe outra projeção não apenas dentro do Judiciário, mas em outros espaços onde cresça e seja ampliado. Esse prêmio é uma sensação de pertencimento”, disse a juíza-coordenadora.