Responsabilização é a palavra-chave para enfrentar guerras e ataques aos direitos humanos. Essa foi a mensagem deixada pela iraquiana Nadia Murad, Prêmio Nobel da Paz de 2018, na manhã desta quarta-feira (21/6) em uma palestra na sede do Ministério Público do RS. “Não há garantia que vamos viver em paz no Iraque sem que haja justiça”, afirmou. O evento foi promovido por um grupo de associações e entidades do Sistema de Justiça, com participação da Associação dos Juízes do RS (AJURIS) e da Escola da Magistratura da AJURIS.
Durante o painel, a vice-presidente de Aposentados da Associação, Helena Ruppenthal Cunha, e a diretora da Escola da Magistratura, Patrícia Laydner, tiveram a oportunidade de fazer perguntas

Marcado por discussões importantes e atuais sobre o uso da violência sexual como arma de guerra para destruir famílias e comunidades durante os conflitos, o evento reuniu mulheres e homens de diversas faixas-etárias. No entanto, o destaque foi para um grupo massivo de estudantes universitários dos mais variados cursos, que foram convidados para uma foto exclusiva com Nadia.
Ao final da palestra, a iraquiana recebeu do procurador-geral de Justiça do Estado, Alexandre Saltz, o Prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos, honraria que reconhece personalidades que se dedicam à defesa dos direitos humanos e à proteção da infância e da juventude. Da AJURIS, também participaram do evento o vice-presidente Administrativo, Cristiano Vilhalba Flores, e o vice-presidente Cultural, Daniel Neves Pereira.
Nadia Murad
Nascida no Iraque e pertencente à minoria yazidi, Nadia Murad foi sequestrada pelo grupo extremista Estado Islâmico em 2014, aos 21 anos, e foi explorada sexualmente. Foi prisioneira durante três meses, período no qual viu seu povo ser assassinado e perdeu diversos membros da família. Após conseguir escapar, passou a compartilhar sua história de sobrevivência, tornando-se um símbolo da luta contra o tráfico sexual de mulheres e o uso da violência sexual em guerras e conflitos armados. Em 2018, Nadia dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o médico congolês Denis Mukwege.
Crédito das fotos: Tiago Coutinho/MPRS




